31 de outubro de 2012

Dicas para escoha do repertório

Por Larry Levy



     Escolha algumas músicas que proclamem os grandes temas da fé cristã: Glória, amor e santidade de Deus; a cruz de Cristo; a graça de Deus; o reino de Deus entre nós. A intimidade na adoração cresce à medida que verdadeiramente entendemos os atributos do Deus a quem estamos expressando o nosso amor.

     Em primeiro lugar, selecione músicas conhecidas. Se, por exemplo, você for cantar seis músicas, precisa ter três músicas que sejam muito bem conhecidas, duas que sejam familiares e uma música que seja nova. Nunca houve tantas músicas de louvor como agora! Existem as composições dos músicos em nossas igrejas. Eu creio que existe uma rica reserva de hinos que podem ser adaptados ao nosso estilo, e que poderiam fazer uma conexão com as igrejas históricas. Lembre-se: Ao cantar uma música nova, faça isso por algumas semanas até que as pessoas se familiarizem com ela.

    Escolha algumas músicas com letras e nas melodias simples. Tudo está se envolvendo constantemente, sempre partindo do simples para o complexo, e então voltando ao simples. Essa é uma verdade em todas as músicas, e se torna verdadeiro quando a música de adoração é composta. As pessoas realmente precisam de músicas simples, músicas que elas não tenham que ficar se esticando para ler a próxima linha da transparência, e que possam deixar o lado esquerdo do cérebro descansar um pouco.

     Selecione músicas que tenham o mesmo “fluir”. Muitos temas diferentes tornam a coisa confusa. Mudanças em tonalidades descendentes podem auxiliá-lo (ex: C para D para G). Tente passar de uma música para a outra sem interrupções. Não se preocupe se acontecer um período de silêncio e reflexão antes de iniciar a próxima música.

     Escolha músicas que proporcionem momentos de adoração espontânea ao final. Isso pode se tornar algo inapropriado se fizermos em todas as músicas, mas no tempo certo reforça o que estamos fazendo. O objetivo não é atravessar as músicas, mas conduzir as pessoas em adoração para que a Noiva (a Igreja) e o Noivo (Jesus) possam se “beijar e abraçar” mutuamente. Como você deve ter percebido, nós não falamos nada sobre andamento, ritmo, tamanho ou talento da equipe de louvor, entre muitos outros aspectos.

     A minha esperança é que todas essas sugestões o ajudem a realizar aquilo que considero o maior evento do mundo: A adoração íntima e apaixonada ao Pai.

30 de outubro de 2012

Guia prático: Escolha e condução do repertório

     Inspirado no Antigo Testamento, podemos progredir nos caminhos da adoração da seguinte maneira:

PROGRESSÃO DO CAMINHO
(processo de adoração que os judeus tinham no Templo)
TIPO DE MÚSICA
(estilos musicais mais adequados ao momento)


Acampado fora do Templo
Músicas que geram alegria
Entrando pelas portas com Gratidão
Músicas de ações de graças
Entrando em Seus átrios com louvor
Músicas ainda alegres cheias de louvor
Entrando no Santo Lugar
Músicas de adoração
Entrando no Santo dos Santos
Músicas de intimidade



     Outro processo de adoração interessante (creio que seje o mais usado nos dias de hoje), é o modelo relacional, onde a mesma é dividida em estágios:


ESTÁGIO
(processo de adoração dividido em momentos)
TIPO DE MÚSICA
(estilos musicais mais adequados ao momento)


Chamado para Adoração
Músicas que nos lembram o porquê de estarmos juntos
Envolvimento
Músicas que aproximam a congregação de Deus
Expressão
Músicas que glorificam a Deus, magnificando-o
Adoração
Músicas que refletem o amor para com Deus
Intimidade
Músicas que falam de momentos a sós com Deus

29 de outubro de 2012

Liderando louvor

Por Eddie Espinosa



     Liderar a adoração não é simplesmente liderar o cântico das músicas, os refrões, ou um culto musical. No entanto, seria mais propício definir alguém com esta capacidade como um líder ou “diretor musical”. Seguindo este modelo o diretor musical seria um intermediário entre os músicos e as outras pessoas.

     Normalmente a função dele seria preencher os interlúdios entre os segmentos do culto com música, para entreter e preparar a congregação para o sermão. Aqueles músicos que viajam com evangelistas ou palestrantes de seminários, normalmente servem como a apresentação de abertura. Muitas vezes eles fazem recomendações ao seu público como: “Vamos nos levantar. Vamos erguer nossas mãos ao Senhor”. O seu trabalho é preparar o povo para ouvir o pregador.

     A escolha das canções pode ser um pouco arbitrária. O seu propósito é cantar algumas canções cristãs, hinos ou corinhos. Eu não quero dizer que isto tudo é ruim. Há um lugar para isto, mas isto não é a mesma coisa que liderar a adoração. Liderar a adoração vai muito além de fazer o povo cantar.

   Liderar a adoração não é ficar obrigando as pessoas a cantarem, mesmo que estas canções sejam cheias de conteúdo de adoração. Este modelo dá ao líder a função de ser responsável por dizer à congregação quando e como adorar e louvar durante a música. Freqüentemente isto é acompanhado de mini-sermões, testemunhos, ou o uso da música “certa”.

     Informalmente, nós temos percebido que muitas vezes a exortação que o povo precisa é, simplesmente, testemunhar o ato de adoração oferecido por parte do líder de adoração. Basicamente, ele se torna alguém que exorta através de seu próprio exemplo – Uma pregação antes do pregador. Liderar a adoração não é adorar a Deus para as pessoas assistirem, ou como comer diante de uma pessoa faminta.

     Imagine esta cena comigo: Eu te convido para um banquete em minha casa. Eu digo, “vamos jantar por volta das 19h; vamos nos divertir muito”. Quando você chega, você encontra todos sentados ao redor da mesa, mas o único prato com comida é o meu. Então eu começo a comer. E digo que está muito bom. Você pode observar pelas minhas expressões que estou saboreando cada garfada. “Puxa vida, estas batatas estão ótimas! E o peru então, está maravilhoso!”. Só de olhar para mim você percebe que estou aproveitando cada minuto daquilo.

     Às vezes, líderes de louvor agem desta forma. Normalmente isto é algo inconsciente porque eles não entendem seu propósito verdadeiro; pensam: “Eu vou adorar a Deus porque foi para isto que eu vim aqui”. Agindo assim, eles se esquecem de serem sensíveis ao que está acontecendo no corpo. Como líder de louvor, você também é um servo. Seu trabalho é levar pessoas à adoração. Liderar a adoração não é tocar enquanto outros adoram. Vamos voltar ao jantar em minha casa. Desta vez a mesa está servida com muita comida para todos, menos para mim. Alguém me pergunta, “Eddie, você não vai comer?” E eu respondo, “Não, pode deixar que eu como mais tarde”. Neste caso eu perdi a benção da alimentação por crer de forma errada, que é suficiente prover comida para os outros.

     Eu quero enfatizar que, como líder de louvor, você deve ter seu próprio tempo com Deus, além dos momentos que você está liderando a adoração. Da mesma forma que pastores devem gastar tempo estudando a Palavra e orando quando não estão no púlpito. Os líderes de louvor também devem dedicar tempo para estarem exclusivamente com Deus. O que é liderar a adoração? Liderar a adoração é ao mesmo tempo ser capaz de adorar a Deus e atrair outros para que eles também adorem. Liderar a adoração é nos sentarmos todos juntos naquela mesa de banquete e comermos ao mesmo tempo. Ninguém vai se sentir deixado de lado. Eu te encorajo a comer e você também faz o mesmo por mim. Existe uma sensação de comunhão.

     É como o servir de um diácono no dia de culto. O diácono não se assenta no primeiro banco e fica gritando para as pessoas que estão no fundo para entrarem e tomarem seus lugares. Nem leva os convidados à força para os seus assentos. Somente alguém muito inconveniente agiria assim. O diácono vai até a pessoa e individualmente, a acompanha até o seu lugar. Da mesma forma, o trabalho do líder de louvor é entender onde o povo está, ir até ele, e acompanhá-lo até a presença de Deus. Nesta posição, o líder posiciona-se entre Deus e seu povo. A base de sua liderança é entender para que direção o Espírito Santo está levando as pessoas naquele momento específico.

     O líder de adoração deve estar sensível à congregação, mas não deve exortá-los diretamente. Se ele tiver de parar a cada três ou quatro músicas para encorajar o povo, ele já deixou de ser aquele gentil diácono. Simplesmente lembre-os que eles estão ali para adorar, e então leve-os a esta experiência. Se as músicas foram bem escolhidas, elas (isto é, as músicas) vão convidar o povo para a adoração. A expectativa do líder deve ser de que a adoração não seja meramente ocupar o tempo, ou alegrar as pessoas, mas um encontro amoroso e responsivo com Deus sem interrupções. A posição de líder deve ser ocupada por alguém que adora. Antes de liderar qualquer coisa a pessoa deve dominar a si própria. Para ser mais frutífero, os líderes devem primeiro tornar-se adoradores. O Salmista escreveu: “Engrandecei ao Senhor comigo; e juntos exaltemos o seu nome” (Salmos 34:3). Esta passagem enfatiza o todo, a expressão conjunta de louvor, ação de graças e adoração a Deus.

     Por isto é importante que o líder também saiba adorar enquanto lidera. O líder de louvor deve ser alguém que adora continuamente. Toda segunda-feira, eu liderava louvor em um grupo de estudo bíblico. Na terça, eu liderava o louvor em um grupo caseiro. Na quarta, para outro grupo de estudos. Na quinta, eu substituía outros líderes em grupos caseiros. Na sexta, eu me reunia com amigos que normalmente pediam para levar o violão e termos um tempo de louvor. Depois de manter este ritmo por um tempo, eu comecei a perguntar a Deus porque meu coração estava ferido; porque me sentia seco? Quando Ele me respondeu que eu não estava adorando eu não entendi. Eu estava liderando louvor de segunda à sexta. Ele me disse que o problema era que eu estava liderando, mas não estava gastando tempo íntimo com Ele. Ele estava feliz com o que eu estava fazendo, porém eu precisava voltar para a fonte para matar minha sede. Então comecei a vasculhar a Bíblia, e entendi que ela me encoraja a adorar a Deus continuamente. Hebreus 13:15 diz: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome”. Eu entendi que posso adorar enquanto estou no chuveiro, dirigindo meu carro, lavando louça, brincando com meus filhos, e aí por diante.

     Todos nós podemos adorar a Deus enquanto fazemos outras coisas. Como o Salmista escreveu, “Bendirei o SENHOR em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios” (Salmos 34:1). Um líder de adoração deve ser alguém que adora no decorrer do dia porque ele é um líder e também um adorador. Vivendo desta forma, eu tenho alimentado minha capacidade de responder a Deus. Então, quando estou liderando louvor em um grupo e o Senhor me diz para me ajoelhar, eu obedeço.

     Antes, eu freqüentava uma igreja onde a filosofia sobre o louvor era bem diferente. A idéia geral era que Deus habita no meio dos louvores do seu povo – o que é verdade – todos deveriam louvar e adorar porque a presença de Deus viria. Havia uma grande pressão para que todos “adorassem” a Deus. O pastor andava pelos corredores e ele mesmo levantava as mãos das pessoas. Era um esforço sincero. Práticas como esta são muito comuns em muitas igrejas. Coagir as pessoas desta forma raramente vai levá-las a oferecer reais “sacrifícios de louvor” que a Bíblia recomenda. O líder de adoração deve ser alguém que lidera. O Espírito Santo é nosso conselheiro e guia, Ele dirige a adoração através do líder. Deus usa pessoas comuns como você e eu.

     Ele (o Espírito Santo) dirige a adoração através do líder de adoração, que por sua vez lidera o povo até a presença de Deus. Quando Moisés guiou os filhos de Israel, para onde eles foram? Eles eram um povo andando sem rumo no deserto? Não, Deus estava dirigindo-os. Deus os guiava através da nuvem durante o dia, e através da coluna de fogo à noite, mesmo quando aparentemente eles estavam tomando um caminho inesperado. Da mesma forma, o líder de louvor é chamado para liderar o povo na direção que Deus deseja levá-los.

     Tudo isto requer certo planejamento, mas o mesmo deve estar sob a direção do Espírito Santo. Planejar não significa decidir qual seria a melhor música para se começar, qual canção vai fazer as pessoas levantarem, qual vai fazê-los sentirem-se melhor, e assim por diante. Deve-se considerar estes aspectos físicos, mas esta não deve ser sua primeira preocupação. Planejar significa orar, e não somente cinco minutos antes de começar. Uma vez que você se comprometeu a liderar a adoração, você se consagrou a Deus. Isto pode significar que algumas coisas em sua vida talvez terão que mudar.

     Na Bíblia, lemos sobre o chamado de um Levita. A tribo de Levi era a tribo separada para Deus. Sua herança era o Senhor, não a terra. Seu trabalho era servir a Deus no templo e servir ao seu povo. Isto é muito parecido com o chamado de um líder de louvor hoje em dia – um chamado para estar em comunhão com Deus e servir a seu povo. Todos nós precisamos estar mais atentos à nossa consagração. Você deve ser liderado pelo Espírito Santo. Liderança significa servir. Nós não somos os líderes espirituais da igreja ou mesmo de pequenos grupos; este é o trabalho do pastor.

    Através dos anos tenho conhecido vários líderes de louvor com as mesmas reclamações: “Sabe Eddie, o pastor da minha igreja não entende o que é adoração... ele quer que eu toque só três músicas... eu não sei o que fazer... estou frustrado! Domingo passado, eu fiz meia-hora de louvor. Ele veio conversar comigo três vezes dizendo que não quer tanto tempo de louvor. Eu só estava fazendo o que pensei que Deus estava me mandando fazer.” Este tipo de situação não é correta. O líder de louvor deve seguir as orientações de seu pastor. Submeter-se a sua autoridade, e demonstrar respeito. Mesmo que você esteja cem por cento correto, sua atitude está mostrando sementes de rebelião. Ore por ele, converse com ele, e seja seu amigo. Compartilhe com ele as coisas que você tem aprendido. Ele pode até sentir-se ameaçado, mas se você demonstrar respeito, ele pode começar a confiar em suas decisões.

     Você deve liderar tendo em mente as necessidades espirituais do povo. Às vezes ouço comentários dizendo que precisamos mais de um ou outro tipo de música, ou que não cantamos uma certa canção há muito tempo. Eu ouço a todos estes pedidos, mas eu faço minha decisão final baseado no princípio, se aquela é a necessidade geral do povo naquele momento e local. O líder de adoração deve conhecer a presente situação espiritual do seu público. Eu oro regularmente pelo louvor em minha igreja. É parte do que se espera do meu trabalho.

     Em uma situação de um grupo pequeno, é também muito importante ouvir o que as pessoas estão compartilhando durante a reunião. Sobre o que eles estão falando? O que Deus está fazendo entre eles? Houve profecias no grupo? Qual foi o conteúdo dos ensinos recentes? Alguma destas preocupações tem alguma coisa a ver com adoração? O Senhor usa formas diferentes para nos mostrar onde as pessoas estão, e onde Ele deseja levá-las. Por isto, é vital que você converse com as pessoas, para se identificar com elas. Você não pode saber onde elas estão espiritualmente se ignorá-las. Se você chega cinco minutos antes da reunião do grupo caseiro começar, e for embora logo que ela termina, como você pode entender o estado espiritual destas pessoas? Como eles podem te conhecer e confiar em você como líder e amigo?

     Líderes de adoração precisam saber quando Deus está presente. Alguma vez você chegou atrasado em um culto ou reunião, onde as pessoas já haviam começado a adoração? Como é? Há uma sensação da presença de Deus. Se Deus habita no meio dos louvores de seu povo, então quando você o adora, Ele está entronizado em nossos louvores. No Antigo Testamento há várias figuras da maravilhosa presença de Deus. Em Isaías 6 vemos o profeta tremendo diante da Sua presença. A nuvem havia enchido o local de tal forma que ele sentiu-se dominado por sua falta de dignidade. Mas Deus o tocou. É assim muitas vezes durante a adoração. Isto não acontece somente em grandes reuniões, mas também em pequenos grupos de oito ou dez pessoas adorando. Não use o tempo de louvor congregacional para cuidar de suas próprias necessidades. Se você precisa de arrependimento, arrependa-se antes de começar. Se você precisa de encorajamento, busque isto antes de chegar.

     Normalmente isto significa buscar estas coisas no próprio Deus. Cura, libertação e salvação são coisas que aconteciam quando Jesus entrava em uma cidade ou casa. Ele chegou e anunciou a chegada do Reino. Maria Madalena arrependeu-se aos seus pés. Quando ele chegava em uma cidade, os leprosos eram purificados, e os demônios fugiam. Por quê? Porque a presença física de Jesus naqueles dias, e sua presença espiritual em nossa adoração fazem estas coisas possíveis. Nós deveríamos ter a expectativa destes mesmos milagres acontecendo conosco.

     Líderes de louvor são servos. Primeiro, sirva a Deus com todo o seu coração, alma e forças. Você precisa estar comprometido com o cumprimento da vontade de Deus, e obedecê-lo em todas as áreas de sua vida. Ser um servo no Reino de Deus não envolve só dificuldades, mas há sim um certo aspecto de humildade e até humilhação que deve ser visível em nós. A alegria verdadeira está no servir. O apóstolo Paulo nos exorta, “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:3-5). Egoísmo, ambição e preocupações fúteis são coisas que não podem fazer parte da vida de um líder. Uma coisa que acontece quando você se torna um líder de louvor é que isto começa a impactar todas as áreas de sua vida. Sermões e textos bíblicos que não eram aplicáveis, agora devem ser.

     Um líder de louvor deve ser comprometido a atrair outros para a adoração, alguém que serve o povo sendo sensível às suas necessidades. Você serve a Deus e também serve a Seu povo quando coloca seus próprios gostos musicais de lado, para que o povo possa estar mais próximo do Senhor. Se alguma vez você já se pegou falando, “Eu estou fazendo aquilo que Deus me chamou para fazer; não interessa o que as pessoas querem”, sua visão está errada. Você é um servo de Deus, mas também é um servo do povo de Deus. Lembre-se, o povo pertence a Deus e você também pertence a Ele. O chamado do Levita era para o templo, para Deus, e para o povo de Deus.





Preparação Espiritual

     Mantenha seu coração correto diante de Deus. Salmos 27:8 é um de meus versículos favoritos: “Ao meu coração me ocorre: Buscai a minha presença; buscarei, pois, Senhor, a tua presença.” Eu creio que este verso sumariza tudo o que adoração é para mim. É o convite de Deus ao seu povo para “buscar minha presença”. O outro lado responde: “Sim Senhor, eu responderei teu convite para me tornar mais próximo e íntimo, para compartilhar contigo aquilo que sinto a teu respeito”. Salmos 51:10,17 diz, “cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável... sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”. Deus deseja um coração quebrantado e contrito. Isto é o que Ele nos pede. Isto significa que você vai sempre agir como se estivesse com o coração quebrado? Não, porque Deus restaura, renova e revigora. Não confunda o significado de coração quebrantado e contrito com a necessidade de estar sério o tempo todo.

     Não há espaço para pecados ocultos na vida de um líder de louvor. Você deve confessar-se diante de Deus regularmente. Números 32:23 diz que mais cedo ou mais tarde seu pecado vai te encontrar. O pecado sempre vem à tona, e afeta seu ministério. Alguns sentem que se estão em pecado, Deus ainda assim vai usá-los. É fato que Deus pode te usar por causa do povo. Se Ele usou uma mula (veja Números 22, a estória de Balaão), Ele vai usar qualquer um por causa do seu povo. Isto justifica estar em pecado? Não, Deus te usa por causa do povo, mas isto não significa que você está sem pecado diante dele. Seja sensível a liderança de Deus, e mais importante, obedeça. É fácil ouvir a voz de Deus, mas é difícil obedecer. Obedecer significa que você está disposto a assumir as responsabilidades por suas ações. “Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz... as minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (João 10:3-4, 27). Esta última frase contém o que é importante para o líder de louvor. Quando ler este versículo, substitua “ovelha” por “líder de louvor”. “Meu líder de louvor ouve minha voz; eu o conheço, e ele me segue”. Como líder de louvor, você deve ouvir a voz de Deus, conhecê-lo, e permitir que ele o conheça. Gaste mais tempo com ele, e obedeça-o em todo tempo.

     Deposite suas motivações e seu ego nas mãos de Deus. “Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mateus 23:12). Novamente “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai... Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração” (Colossenses 3:17,23). Você pode se envolver em muitos problemas servindo a si mesmo, mas não tem jeito de errar servindo a Deus e seu povo. Jesus Cristo é o centro de nossa atenção. Fique atento ao que Deus está fazendo no grupo que você está liderando. Isto acontece através da oração, e então abrindo os olhos durante o louvor para ver o que esta acontecendo.

     Somos ensinados a manter nossos olhos abertos quando oramos por alguém, para vermos o que está acontecendo, e procurarmos sinais de alguma atividade do Espírito. Prepare os corações do povo. Quando cheguei à Vineyard, eu só tocava músicas sobre intimidade. Eu havia saído de uma igreja que só enfatizava a alegria e celebração do louvor, e estava procurando por um estilo alternativo. O que faltava em minha vida de adoração era intimidade. Então, quando comecei a liderar o louvor, esta foi a direção que escolhi. Eu não gostava de saber que havia pessoas na congregação que estavam famintas por uma adoração com mais celebração, como um prelúdio para a intimidade. Minha própria necessidade prejudicou minha capacidade de ver as necessidades gerais. A celebração tem um propósito parecido com o aquecimento e alongamento, antes de uma corrida. Prepare os corações das pessoas que você está liderando até a presença de Deus. Nós já falamos sobre a necessidade de sua própria preparação para a adoração.

     Também existe a necessidade de preparação para o povo que você está liderando. Prepare seus corações. Se o Senhor estiver mostrando a necessidade de arrependimento, use canções de arrependimento. Se o Senhor estiver mostrando que é necessário celebração, inicie com músicas de celebração.

     Aqui estão alguns temas que podem ser úteis:
  • A majestade de Deus;
  • Intimidade com Deus;
  • O nome de Deus;
  • Perdão;
  • Unidade e sentimento de família.


     Uma coisa importante de se ter em mente quando estiver escolhendo as músicas, é que precisamos de equilíbrio na seleção.

   Não decida de acordo com suas próprias experiências. Às vezes lideramos sem realmente nos preocuparmos com o resto do corpo. Devemos considerar o nível espiritual do povo, bem como as circunstâncias que eles estão vivendo. Então é possível alternar boa música com poderosa intercessão. Lidere através de seu próprio exemplo. Nós nunca devemos manipular o povo, para que eles façam algo que não querem. Por exemplo, quando eles levantam suas mãos somente porque alguém disse para fazerem isto, isto é somente uma expressão exterior, não do coração.

     O entendimento que temos é que a postura corporal, os movimentos, e expressões, são, de forma geral, sinais exteriores do que está acontecendo no interior. Quando você se prostra, você esta mostrando reverência a Deus. Quando você levanta suas mãos, você está se submetendo a Deus. Quando você se ajoelha, você esta dando respeito, reconhecimento, e honra a Deus. Quando você aplaude, expressa alegria. É assim que eu encorajo as expressões exteriores da adoração do coração. Eu começo a cantar músicas que falam sobre levantar as mãos; é difícil cantar algo assim sem levantar as mãos. Mas as pessoas ainda têm sua liberdade de escolha: Se eles quiserem levantar suas mãos, eles podem. Se não, tudo bem. O importante é sabermos que Deus não se imporá se alguém levanta ou não suas mãos. Deus vê o coração. A chave é a escolha.

     Quando Deus pediu que Abraão sacrificasse Isaque, ele tinha o direito de escolher. E escolheu obedecer livremente. A adoração deve ser uma resposta voluntária. Deixe que a inspiração de Deus transforme-a em um sacrifício de louvor da pessoa que está oferecendo, e não seu. A questão não é você colocar um grande grupo, todos com suas faces no chão, para poder dizer, “Olha o que eu fiz!”. Ao invés disso, é a resposta pessoal de cada um mediante ao dom gratuito de Deus.



Eddie Espinosa é compositor de algumas das canções mais populares da Vineyard como “Change My Heart, Oh God”. Também participou da gravação de vários CDs da série “Father’s Heart”.

28 de outubro de 2012

A guitarra no período de louvor

Por Raphael Costa


     A guitarra definitivamente conquistou seu espaço. Hoje a guitarra está presente em quase todos os estilos musicais, do jazz ao rock e do reggae ao funk. Apesar disso, a guitarra ainda é considerada um instrumento relativamente novo. A cada dia novas maneiras de se tocar são inventadas, fazendo da guitarra um instrumento cada vez mais versátil.

   Para ser um bom guitarrista nos dias de hoje não basta apenas fazer solos “mirabolantes”. Um bom guitarrista é aquele que se preocupa com a sua sonoridade (timbre), que tem um bom conhecimento de harmonia e que sabe exatamente qual é a sua função dentro de uma banda.



GUITARRA x VIOLÃO

     Muita gente me pergunta se existe diferença entre guitarra e violão. Existe, e muita! Apesar de teoricamente o violão e a guitarra serem "iguais" (possuem seis cordas, mesma afinação, mesmos acordes), na prática eles tem funções completamente diferentes. O violão é usado (principalmente no contexto de louvor) como instrumento de base, enquanto a guitarra é um instrumento de detalhes, a "cobertura do bolo". É claro que existem momentos em que a guitarra faz a base, mas no geral, principalmente se você tiver um piano ou um violão (ou os dois!), sua função será de preencher os espaços deixados pelos outros instrumentos. Uma boa dica seria ouvir o que os outros músicos estão tocando antes de decidir o que você vai tocar.



BASE x SOLO

     Na verdade, essa história de ter uma guitarrista somente para base e outro apenas para solo praticamente não existe mais. O guitarrista moderno tem que estar preparado para fazer bem as duas funções. Dificilmente alguém vai chamar um guitarrista apenas tocar apenas solo. Lembre-se: A palavra chave para o guitarrista de hoje é versatilidade. Um bom solo é mais do que saber qual escala usar; é preciso entrar no clima da música, captar a idéia e fazer o que a música está querendo comunicar. Por exemplo: Se você fizer um solo na música "Me Derramar", é melhor ir por um caminho mais melodioso em vez de querer mostrar todas as suas habilidades técnicas em oito compassos, entendeu?



SEGREDOS DO BOM GUITARRISTA

     Existem pessoas que tem maior facilidade em aprender um instrumento do que outras, porém uma coisa que todo bom músico tem em comum são muitas horas de estudo. Não existe fórmula mágica para aprender um instrumento, portanto minha dica é que todo estudo seja acompanhado por um bom professor que vai saber direcionar corretamente as técnicas que você deverá aprender no momento certo. Outra coisa importante é ter humildade para saber que sempre temos muito que aprender com os outros. Humildade é essencial para se desenvolver como músico.



DICAS PRÁTICAS

  • Ouça muita música: Compre um bom fone de ouvido, vá para seu quarto, apague a luz e ouça com muita atenção;

  • Ouça de tudo: Não tenha preconceito com algum estilo musical; amplie seus horizontes. Em todos os estilos musicais você vai encontrar música boa e música ruim;

  • Invista no seu equipamento: É muito melhor você ter apenas uma boa guitarra, um bom amplificador e um bom pedal delay do que ter um monte de equipamento ruim que só vai "te dar dor de cabeça".

  • Estude, estude, estude: Procure um bom professor, bons músicos, freqüente cursos, clínicas e workshops sempre que possível; mantenha-se atualizado;

  • Divirta-se: Nada disso faz sentido se tocar guitarra não for algo prazeroso. Mantenha seu coração perto do Pai e o adore com sua guitarra e com sua vida.



Raphael Costa é músico, arranjador e produtor. Ele assina a produção do álbum "Mais que Paixão" do ministério Vineyard Music Brasil ao lado de Amauri Muniz, entre outros projetos já realizados.

27 de outubro de 2012

Adoração: Um tesouro a ser explorado

por Roger Williams


     Antes de analisarmos temas específicos a respeito da adoração, desejo primeiramente afirmar que é a presença de Deus que devemos buscar. Essa deve ser a nossa prioridade máxima. A. W. Tozer disse: “Fomos chamados para estarmos eternamente ‘pré-ocupados’ com Deus”. Conhecer o Senhor é a atividade de maior valor que podemos desenvolver e a experiência de sua presença está intrinsecamente relacionada com o nosso conhecimento de sua pessoa. Podemos ler uma biografia a respeito de alguém e nos tornarmos bastante familiarizados com esse indivíduo. É possível também lermos sua autobiografia e conhecê-lo ainda mais. Entretanto, nada se compara a estar na presença dele para podermos apreendê-lo em um nível muito mais profundo. Nós, cristãos, somos conclamados a alcançar intimidade com Deus. No entanto, não a conseguiremos longe da presença do Senhor.



A IMPORTÂNCIA DA ADORAÇÃO

    Por que devemos adorar? Qual é a importância de adorar ao Senhor? Em primeiro lugar, essa prática consiste em ser obediente a Deus. Ao longo de toda a Bíblia, vemos que o Criador determina que suas criaturas o adorem. Os Salmos 29, 30 e 32 nos mandam adorá-lo. Em Efésios 5:18-20, a Palavra de Deus nos diz para cantar e compor música ao Senhor em nosso coração. Esses versículos estão incluídos no contexto dos versos 10 e 17, que nos conclamam a discernir o que agrada ao Senhor e compreender qual é a vontade dele. Portanto, a vontade de Deus, o que realmente o satisfaz, é que seus filhos o adorem continuamente.



CHAMADOS PARA ADORAR

     Em João 4, Jesus disse que o Pai busca adoradores. Isso implica que Deus não procura a adoração em si, mas sim pessoas envolvidas pessoalmente nessa prática. Deus nos salvou e nos separou dentre os povos para adorá-lo e louvá-lo. Com insistência, ele busca verdadeiros adoradores. Ele procura pessoas que, como Davi, pedem simplesmente “uma coisa”: Poder estar em sua presença e contemplar sua beleza. O Senhor busca gente que, como Maria, faça “uma coisa” necessária: Assentar-se aos pés de Jesus. É muito mais fácil trabalhar para Deus. A igreja está repleta de Martas, pessoas atarefadas, envolvidas com tudo o que precisa ser realizado. Na verdade, os seres humanos tendem a estabelecer sua identidade a partir do que fazem. Pensam que isso define quem são. Entretanto, Deus está buscando indivíduos dispostos a encontrar sua identidade apenas nele.



A adoração deve ser um estilo de vida

     Considero muito importante compreendermos que a adoração é um estilo de vida. Anos atrás uma frase me veio à mente: “Adoração diz respeito a relacionamento, e não a um momento”. À medida que pensava nisso, dei-me conta de que, embora minha comunhão com Deus estivesse se aprofundando, a adoração que oferecia estava limitada a períodos específicos de tempo. Ela havia se tornado dependente das reuniões na igreja, em vez de consistir num estilo de vida. Estava limitada ao tempo e ao espaço, em vez de fluir livremente de meu relacionamento com o Pai.

     A partir daí, a adoração passou a ter um novo significado para mim. Não eram mais apenas canções, ou mesmo uma melodia espiritual em meu coração, ou ainda as muitas músicas que entoava ao longo do dia. Com certeza era tudo isso e muito mais. A adoração consiste em rendição absoluta a Jesus. Adorar é permanecer na presença de Deus continuamente, em vez de eleger momentos isolados em que nos aproximamos dele.



VERDADEIROS ADORADORES

     Existem inúmeros modos e estilos de adoração. Algumas pessoas gostam muito de cantar hinos antigos; outras pessoas preferem cânticos mais simples. Algumas preferem as canções de guerra, com um ritmo acelerado; já outras apreciam as mais lentas e mais profundas. Porém a questão nunca é como os cristãos se expressam. O que importa é se cada indivíduo é capaz de entrar na presença do Deus vivo e relacionar-se continuamente com ele como filho.

     É uma pena que alguns cristãos hoje em dia se contentem com o que poderíamos chamar de “adoração no pátio externo”. Através da morte e da ressurreição de Jesus, todos podemos ter acesso ao interior do santuário e somos chamados para ser sacerdotes. Todavia, muitos cristãos estão satisfeitos em ver os outros se achegando cada vez mais a Deus, enquanto eles se contentam em adorar à distância.



Uma vida de louvor e adoração

     Temos a capacidade de conquistar nossa vizinhança para Jesus tornando-nos um povo de adoração, permitindo que Deus lute por nós. Basta tomarmos posição e permanecermos quietos em sua presença. Sempre que o inimigo for derrotado por nosso louvor, este se torna uma ferramenta evangelística. O Senhor a usa para trazer mais pessoas ao seu reino. Não temos de esperar pelas experiências mais sublimes para desfrutar as conquistas. Podemos ser um povo do vale! Temos a capacidade de obter vitória em qualquer lugar! E nosso triunfo sobre o inimigo resultará na libertação dos cativos.



Adoração e o Reino de Deus

     Uma das maiores verdades das Escrituras é a de que somos genuinamente filhos de Deus. Isso significa que o Pai deu início ao “empreendimento”. E este se chama Reino de Deus. Em seguida, ele o confiou a seu Filho, que demonstrou aos seus seguidores a essência e o propósito desse negócio. Então Jesus deixou esta Terra e, de certa maneira, disse: “Agora vocês levarão adiante a empresa da família. Enviarei o Espírito Santo para guiá-los e dirigí-los. Ele lhes concederá poder. Porém, vocês é que devem comandar os negócios e realizar obras semelhantes às minhas. Contudo, não devem fazer isso sozinhos. Se precisarem de qualquer coisa que promova o crescimento desse negócio — o Reino de Deus — peçam-me e lhes darei com satisfação”.



Restaurando a essência da adoração

     O desejo de Deus é nos levar de volta à sua presença, reconstruir o altar do sacrifício em nosso íntimo. Entretanto, como se dá o processo de restauração? A restauração implica em duas verdades: Primeiro, a de que precisamos dela. Em segundo lugar, podemos perceber que somos dignos de receber restauração. Carecemos de ser continuamente restaurados a um relacionamento íntimo de adoração com o Pai celeste. Além disso, Deus considera que somos dignos de ser restaurados. Ele nos valoriza tremendamente. O Senhor acha que vale a pena todo o tempo e o esforço gasto para realizar esse processo da maneira correta, independentemente do quanto seja difícil ou custoso.

     Deus deseja que alcancemos a essência da adoração e que sejamos ativos em oração. Essas duas atividades dependem uma da outra. O inimigo lançará seus ataques, tanto a indivíduos quanto a grupos cristãos, nessas duas áreas. No entanto, se nos esforçarmos para ter a intimidade que Jesus conquistou para nós, estando envoltos na presença do Pai, obteremos a vitória. Assim, nos tornaremos os verdadeiros adoradores que Deus procura.



Este texto é composto por fragmento do livro "Adoração, um tesouro a ser explorado", editado e lançado no Brasil pela Editora Betânia.

26 de outubro de 2012

As 3 faces de uma equipe de louvor

Por Andy Park


     Em seu ensino “Montando uma Equipe de Louvor”, Andy Park descreve que uma equipe sadia e funcional é feita de três componentes principais: Musical, social e espiritual.

    Na realidade, uma das funções da equipe de louvor é ser um tipo de força tarefa espiritual. Cada uma destas características são importantes e precisam estar funcionando intensamente sem excluir as outras ou perder seu equilíbrio.



A Equipe de Louvor como Grupo Musical

     Antes de mais nada, a equipe de louvor tem a oportunidade e responsabilidade de trabalhar duro para obter a melhor qualidade musical. A razão para isto é muito simples. Liderar louvor também envolve uma apresentação musical.

    Normalmente não gostamos de pensar no louvor como uma apresentação musical. Porque isto não parece ser muito espiritual, na realidade soa como algo bem mundano. Mas precisamos encarar um fato. Quando lideramos a adoração não podemos negar que esta acontecendo uma dinâmica apresentação.

      No entanto, este tipo de apresentação é diferente dos shows seculares (e a maioria das pessoas na igreja entendem isto) aqui a congregação é quem está se apresentando, a equipe de louvor é quem está incentivando e Deus é o ponto central.

     Entendam o que estou dizendo. Eu não estou colocando a apresentação acima do ato de adoração. Porém, é exatamente o fato de estarmos centralizando nossa adoração em Deus que requer buscarmos a excelência musical. Andy Park diz claramente, “Aplique-se em fazer o melhor no mundo visível, para ser um melhor facilitador das bênçãos.


TOQUE BEM!

     Então como tudo isto se aplica à construção de um grupo louvor? Primeiro, um grupo musical deve trabalhar muito duro para produzir boa música. Isto significa ensaiar constantemente (é importante garantir boa vontade no ensaio) es experimentar diferentes arranjos musicais.

     Também pode ser necessário organizar testes para ocupação de posições na equipe e não tenha medo de usar a pessoa mais competente para cada posição. Obviamente, isto aplica-se a igrejas onde podem haver várias pessoas capazes para um mesmo instrumento.
  

     No entanto, mesmo que você esteja em uma igreja pequena que começou a pouco tempo, não subestime a importância de buscar excelência musical. A chave para isto é ouvir uma confirmação do Senhor, enquanto você busca o equilíbrio entre incluir todos ou buscar a melhor qualidade dos músicos.

     O terceiro ponto está relacionado com o papel pastoral do líder dentro da equipe. Trabalhar com músicos pode freqüentemente ser estressante quando eles tendem a ser levemente temperamentais. Porém, é de vital importância que o líder de adoração escolha músicos com um bom caráter moral e espiritual. É bem mais fácil desenvolver a habilidade musical do que o caráter. Sem mencionar o fato de que é impossível gerar traços positivos em um caráter.

   Pertencer a equipe de louvor pode elevar o valor de uma pessoa aos olhos da congregação. Mas é importante o líder ensinar aos músicos encontrarem a segurança deles no fato de serem amados e aceitos por Deus, e à igreja que devem basear-se em quem são e não no que podem fazer com seus instrumentos.

     Quando o músico encontra sua identidade no que ele pode fazer para Deus, e não em quem ele é em Cristo, um desastre espiritual se aproxima. O líder de louvor não deve se apressar na seleção dos músicos.

     Tenha certeza de que há uma confirmação do Senhor antes de impor as mãos em um músico ou libera-lo para ser parte da equipe de louvor. Lembre-se que: “É muito mais prazeroso impor as mãos sobre alguém para abençoar do que para a disciplina ou correção”.



A Equipe de Louvor Como Grupo de Comunhão

     Unidade entre os integrantes é essencial para cultivar um ambiente de amor, a partir do qual flui o ministério. Eu tenho buscado isto com meu próprio grupo de vária formas.

     Primeiro, é importante que possamos ser capazes de nos divertir juntos, mesmo tendo que trabalhar duro. Nós fazemos pequenas piadas, brincamos e as vezes até mesmo cancelamos algum ensaio para comermos juntos ou assistirmos a um filme.

     Gostamos muito de trocar a letra de louvores conhecidos. Para criar uma nova letra que seja divertida. É importante dizer que só fazemos isto em nossos momentos de ensaio nunca durante um culto!

     Outra atividade que gera muita unidade é nos reunirmos como um grupo caseiro. A cada duas semanas cancelamos o ensaio para estarmos juntos e sabermos como anda a vida uns dos outros, orarmos uns pelos outros e adorarmos juntos.

     Estas reuniões têm sido de longe, a atividade mais frutífera que temos. Também é uma maravilhosa oportunidade dada por Deus para que eu possa servir minha equipe com um coração pastoral. Confie em mim quando digo que há uma diferença visível entre um grupo de louvor que se ama e passa tempo junto longe da igreja, e uma equipe que se encontra somente para cumprir uma tarefa.



A Equipe de Louvor Existe Para Servir

     A equipe de louvor existe para servir a igreja. O grupo de louvor deve se empenhar buscando excelência musical e os líderes devem ser diligentes na seleção e também no pastoreamento de seus membros. Tendo preenchido estes requisitos, a equipe de louvor esta pronta para cumprir sua função básica: servir o corpo de Cristo.

     O trabalho do grupo de louvor é glorificar a Deus através da adoração bem como facilitar o mover do Espírito Santo na congregação. Nós não seremos capazes de cumprir nosso chamado a menos que cada membro desta equipe seja capaz de ministrar a partir do entendimento que ele cumpre o papel do servo, e esteja disposto a servir sob a liderança de sua igreja.



Andy Park é um dos principais entre líderes de louvor e compositores da Vineyard. Autor de canções conhecidas como "Senhor te quero".

25 de outubro de 2012

O ministério da técnica de som

Por Amauri Muniz


     Para o grupo de louvor de uma igreja funcionar bem é responsabilidade da equipe técnica cuidar para que tudo esteja bem organizado e os equipamentos e instalações funcionando em sua capacidade plena. Assim, as pessoas vão se desgastar muito menos e os músicos se sentirão mais seguros para se concentrar no que realmente importa: Adorar a Deus.

     Há três aspectos muito importantes no que diz respeito ao bom funcionamento de uma sonorização. Aqui vão elas, em ordem de importância: Acústica do ambiente; pessoas; e equipamentos. Por falta de conhecimento técnico, às vezes, em nossas igrejas, as prioridades estão invertidas.

  • Acústica do ambiente: Construímos templos bonitos, práticos, fáceis de limpar, mas impossíveis de sonorizar. Paredes, piso e teto feitos de materiais que refletem o som e, para piorar, em formato retangular, o que é o pesadelo dos técnicos.

  • Pessoas: Colocamos pessoas sem preparo técnico para operar o som. Geralmente, garotos cheios de entusiasmo e disposição para servir, mas sem qualquer conhecimento (nem dinheiro para cursos, livros e revistas especializadas). E pior, não investimos neles, apesar da enorme responsabilidade que colocamos sobre seus ombros. Sem contar a enxurrada de “entendidos” que vão lá dar umas “dicas” para os técnicos na hora do culto.

  • Equipamento: Esta palavra causa arrepios nos pastores e tesoureiros. Eles gastam alguns milhares de reais, de tempos em tempos, para resolver o eterno problema de som, comprando equipamentos que parecem nunca ser suficiente, quando na realidade bastaria observar os dois itens anteriores. O que, aliás, representaria uma boa economia.



PRIMEIROS PASSOS

     É preciso pensar no som na hora de contratar o engenheiro que vai projetar o prédio. Ele pode projetar um edifício lindo, prático, fácil de limpar, arejado, agradável e “acusticamente” preparado para sua função. Que beleza!

     Um templo bem projetado, entre outras vantagens, vai proporcionar um vazamento sonoro muito menor. No final, além do técnico de som, os vizinhos vão agradecer. Mas isso não basta. É importante investir em nossos técnicos: Cursos, livros, revistas especializadas, conferências, seminários, além de muito amor e disciplina.

     Na hora de investir em equipamentos, o barato pode sair caro. Procure adquirir o melhor — que nem sempre é o mais caro — ouvindo as opiniões de profissionais. Existem equipamentos caríssimos, lindos, cobiçados, mas que não servem para sua necessidade no momento. Entretanto, cuidado para não adquirir equipamentos que cabem no seu bolso, mas que não resolverão o seu problema. Por isso, consulte um especialista. Ele vai sugerir a melhor relação custo-benefício.



E AGORA?

     Não é tão difícil melhorar a sonoridade de uma igreja. Precisamos, antes de qualquer coisa, de elementos que absorvam o som: Carpetes, cadeiras estofadas, cortinas, tapetes e, principalmente, investir em um revestimento de tecido, isopor ou carpete na parede ao fundo da igreja. Quanto mais abafado, sonoramente melhor.

     Invista em material especializado — Revistas, livros e cursos. Na internet, é possível obter muito material de qualidade. E o melhor: Gratuito. Seu equipamento merece uma limpeza periódica, com direito a revisão dos cabos, organização, etiquetas de cores variadas, afinação da bateria, cordas novas para os instrumentos etc. O que você já tem é muito valioso e merece ser bem cuidado. Não deixe para se lembrar do problema só quando ele acontecer de novo no próximo culto.



MÃOS À OBRA!

     Na hora de sonorizar um evento num salão ou ao ar livre é importante perceber que o equipamento usado não está além nem aquém da necessidade. As pessoas precisam ouvir bem — e não em alto volume —, onde quer que elas estejam posicionadas. O volume não deve passar do mínimo possível e o equipamento deve suportar bem o nível de volume com qualidade e sem distorção.

   Para um grupo que se reúne em um local pequeno, às vezes nem é necessário equipamento. Para um grupo um pouco maior, pode-se utilizar uma caixa amplificada multiuso — daquelas que tem conexões para alguns instrumentos e microfones. Se há vários instrumentos e microfones, é preciso ter uma boa mesa de som e um técnico que domine o seu funcionamento. Mais importante: É melhor ter um bom equipamento que 10 equipamentos ruins.



O som está rolando...

     O técnico de som precisa estar sempre muito atento a tudo. O bom técnico consegue perceber a necessidade dos músicos antes que eles digam qualquer coisa. Por sua vez, os músicos devem ser o mais claro possível em sua comunicação, evitando tentar ensinar o técnico a fazer seu trabalho. (Músicos, tentem sempre confiar no bom senso e principalmente na boa vontade de quem está operando o som!) Músicos e técnicos são uma equipe e não adversários. Gentileza nunca é demais!



 E Na hora da gravação?

     Vamos descomplicar. Se você quiser fazer uma gravação simples do período de louvor ou da mensagem, não perca o tempo precioso do período de passagem de som ajeitando o gravador. Às vezes o técnico faz uma gravação perfeita, só que o som do culto fica péssimo porque é muito difícil fazer as duas coisas ao mesmo tempo. O próprio equipamento de sonorização de ambiente não é projetado para gravar. Você pode usá-lo como uma solução razoável, mas não espere resultados maravilhosos.
  
    Para gravar bem é preciso dedicar tempo nos testes, investir em equipamento exclusivo e pessoal capacitado — ou ter em sua igreja aquele técnico “milagreiro” que “tira água de pedra”. Se na sua igreja tem um espécime desses, cuide bem dele!



Harmonia dos céus...

     Adorar é despojar-se de si mesmo e render seu coração totalmente ao Pai. Um servo que se propõe a isto está preparado para cuidar do som. O orgulho e a prepotência não cabem na adoração. Sejamos humildes para que Deus possa se aperfeiçoar em nós. O operador de som também é um adorador que precisa aprender a confiar no Senhor e, ao mesmo tempo, tentar fazer tudo o que estiver ao seu alcance para as coisas funcionarem bem, mantendo sempre o espírito de servo. Afinal, o bom técnico seja aquele que “desaparece” e a gente nem percebe que ele está ali de tão bem que ele trabalha. Isto não seria adoração?