2 de novembro de 2012

Utilizando o back vocal

Por Jessie Lane Clarke


     Eu tenho sido backing vocal em equipes de louvor e em outras áreas por dez anos. É tanto tempo que isso se torna espantoso. Eu me lembro que sempre quis ser cantora – rodando pelo meu mundo com a minha escova de cabelo, colher, ou escova de dente, cantando totalmente fora do tom, não importando o que estivesse sendo tocado no rádio.

    Quando éramos crianças, minha irmã e eu nos deitávamos na cama imitando as canções – uma tentando convencer a outra que aquela era a música que tínhamos ouvido no radio – e a minha irmã ficava brava, pois ela estava cantando uma música e eu a interrompia cantando outra música, mais alto ainda. Hoje em dia é o meu marido Darren que fica chateado comigo quando eu começo a cantar no meio das nossas conversas – isto é muito desagradável, não é? Eu estou tentando melhorar.

     Entretanto, a verdade é que Deus me planejou com esta paixão – quando eu canto, eu sinto a satisfação do Senhor. Isso me faz perceber que Deus tinha um plano ao usar a minha voz, e todos esses anos depois eu olho para trás e louvo mais ainda a Deus por todas as oportunidades que ele tem me dado. Por algum tempo foi difícil para eu crer que o Senhor não estava brincando sobre o meu amor por cantar.

     Ao perceber que Ele havia colocado esse desejo em mim com um propósito, isso me trouxe muita alegria e liberdade, e é claro me fez querer cantar ainda mais. Eu sou muito grata a Deus por este dom. Desde que eu percebi que Ele havia me dado este dom com um propósito, eu tenho me conscientizado que Deus está investindo em mim e está me ensinando sobre a adoração, e também me livrando das situações desagradáveis do caminho.

   Eu continuo cantando como uma backing vocal, e em certas ocasiões eu também conduzo o louvor. Eu penso que o segredo para ser um bom cantor de backing vocal é entender que a nossa voz é um instrumento e um dom.

     Você tem a oportunidade e o potencial de ter um dom, e trazê-lo ás pessoas.



  •      Em primeiro lugar, a sua adoração é uma oferta ao Senhor. Como membro de uma equipe de louvor, constantemente eu tenho que estar certa que esta é a minha motivação principal, pois Deus merece nada menos do que isso. É muito fácil mudar de direção em relação a isso. Mas quando os nossos corações estão no lugar certo, existe pouca pressão e há muita alegria. Deus então é glorificado.
  •      Como um cantora de backing vocal você é um suporte vital para o líder de louvor.
  •      Você também é um exemplo para toda a congregação seguir. Se eu fosse transmitir as lições que eu tenho aprendido, seja através dos meus próprios erros ou através da graça de aprender com os erros dos outros, eu diria o seguinte: Ouça bastante! Ouça a banda e tudo o que estiver acontecendo. Preste atenção e esteja aberto a qualquer coisa que Deus queira falar ou fazer. Deixe de lado seus interesses e aprenda a ceder Seja sensível ao líder de louvor – obedeça à liderança dele ou dela – e siga o fluir do que Deus está fazendo. Esteja certo de que você não está “tomando a frente” ou travando uma batalha com o líder de louvor, seja musicalmente ou por causa dos temas. Isto é crucial se você está fazendo as coisas de boa vontade. Também seja sensível aos outros membros da sua equipe e ao que eles estão fazendo.
  •    Os choques ocorrem com muita facilidade. Lembre-se que há momentos para cantar, e há momentos para permanecer em silêncio. Faça muitas perguntas. Preste atenção ao que líder deseja em termos de improvisação, ás liberdades que devem ser tomadas e ás contribuições proféticas – o que ele/ela querem e precisam de sua parte?
  •    Proteja os seus relacionamentos dentro da sua equipe de louvor. Seja um encorajador. Não subestime o poder da unidade e dos relacionamentos que honram ao Senhor. Se você está cantando com outros vocalistas, tenham um tempo para orarem juntos. Isto tem feito muita diferença para mim todas às vezes.
  •      Lembre-se que a sua voz é um instrumento. Não menospreze sua parte. Aproveite o tempo para trabalhar as partes e as harmonias. Um bom vocal é crucial. As pessoas seguem aquilo que elas estão conseguindo ouvir. Seja criativo com as suas harmonias Procure não ficar preso a uma rotina. Entretanto, esteja ciente de que “ser mais criativo” não significa “melhor”. Lembre-se de pensar no som como um todo, não apenas na sua voz individualmente – você não está cantando sozinho – você é parte de uma equipe. Ter essa sensibilidade fará com que você se diferencie como uma cantora de backing vocal.
  •     Saiba que o backing vocal é uma habilidade diferente do vocal principal. Só porque você é capaz de fazer uma dessas habilidades bem, não significa que automaticamente você pode fazer a outra (mas sabendo como fazer uma, isso pode lhe ajudar a fazer a outra bem). Reconheça a diferença entre essas duas habilidades. Isso pode soar comum, mas muitas pessoas pensam que só porque tem uma grande voz – afinação perfeita, paixão, entonação – elas serão grandes cantoras de backing vocal. Não necessariamente. Pessoas distraídas, fora de lugar, e que planejam atrair a atenção para si mesmas são péssimas cantoras de backing vocal.
  •      Ser Backing Vocal de um grupo de louvor é diferente de ser Backing Vocal de uma banda “normal”. Você não é uma estrela. Você não está se apresentando. Você é um exemplo. Então, seja um bom exemplo de adorador no púlpito e fora dele. Demonstre uma vida de adoração, envolva-se. Quando o líder disser “vamos dançar”, ou “vamos entoar um cântico ao Senhor’, o seu papel é fazer isso! Faça o que tem que ser feito. Dependendo de seu humor, isso pode ser difícil porque você quer ser real ali... mas a sua prioridade é servir e liderar pelo exemplo”.
  •      Proteja o seu instrumento. Cuide da sua voz. Mas seja sensível, não se tornando um chupador de pastilhas psicótico, ou um inimigo dos produtos feitos de leite, ou um fanático que “deve sempre ter um humidificador de ambientes” que perdeu todo o senso de perspectiva. É sempre bom ser equilibrado! Procure conhecer a sua voz, entender o que é bom, o que te auxilia e o que não te faz bem – e se doer – PARE.
  •      Uma palavra final: Não se perca na adoração a ponto de não saber o que está acontecendo ao seu redor (deixas, etc), mas ao mesmo tempo não fique tão preso à música a ponto de perder o seu objetivo principal – adorar. Seja você mesmo, mas seja profissional, e eu tenho que dizer... vista- se com moderação. Lembre-se que todos não estão te olhando como você imagina. Tente abrir os seus olhos ocasionalmente e você verá que todos NÃO estão olhando para você! Não exija muito de si mesmo; relaxe e sinta a presença de Deus, sinta a alegria de Deus sobre o Seu povo, veja o que Ele está fazendo com o Seu povo – é como se o Céu estivesse aqui na Terra.



Jessie Clarke tem escrito várias canções de adoração, incluindo "I love Your presence".

1 de novembro de 2012

O lugar do contrabaixo

Por Peter Davyduck


     Nós todos sabemos o lugar do violão numa equipe moderna de louvor, mas e nós, os baixistas? Com as constantes mudanças de estilo encontradas nos cultos, pode ser um pouco confuso saber qual é a nossa função. Será que devemos todos ser como Abraham Laboriel, mantendo o ritmo firme como Jon Thatcher, ou termos o estilo funk de Fred Hammond? Mesmo com esses grandes baixistas existe um solo comum no qual eles se firmam que é função.



O poder da escuta

     Como você pode chegar a tocar um baixo "funcional" e encontrar o seu lugar na adoração? A resposta é ouça, e ouça muito! Comece ouvindo a música que você vai tocar.

  • Ouça o ritmo: Ritmicamente, será que essa música precisará de uma décima sexta linha sincopada, ou será uma canção contemplativa que requer notas cheias? E ainda, o mais importante, o que a bateria está fazendo? Como baixistas, nós devemos ser a ligação entre a harmonia e o ritmo da música. Os nossos dedos precisam estar trabalhando atrelados ao bumbo e a caixa. Apenas isso irá fazer com que as seções rítmicas sonoras que estão perdidas possam fazer sentido.
  • Ouça a harmonia: Harmonicamente, a música precisa de uma base rítmica, ou será que existe espaço para algo mais elaborado? Talvez este seja o ponto fraco para a maioria dos baixistas. Quem quer ficar tocando apenas “1-4-5-1”? Mas ser esperto pelo simples fato de ser esperto, não é nunca uma boa opção não importa qual seja o lance. Esta frase não existe para engessar sua criatividade, mas sim, encorajá-lo a esperar e tocar apenas o que é necessário. Lembre-se que estamos oferecendo a tela de fundo para ótimas letras.
  • Ouça o líder: É claro que falando em ouvir, nós temos que ouvir e seguir o líder de louvor. Cultive um bom relacionamento com eles, e procure saber que tipos de ritmos eles preferem ouvir.



BAIXISTA, ASSUMA SEU LUGAR!

     Finalmente, não se esqueça de ouvir para onde o Espírito está te conduzindo. O Espírito Santo não nos guia apenas na nossa vida diária, mas também em todos os nossos esforços artísticos. O hábito de ouvir irá te ajudar a servir melhor a música, dessa maneira, ser servo é o que há de mais importante. Assuma o seu lugar, e sirva com toda a sua capacidade.




Peter Davyduck é baixista freelancer e professor na região de Vancouver. Além de tocar em inúmeras gravações da Vineyard Music Canadá, Peter também se mantém ocupado tocando com Graham Ord, Brian Doerksen e outros.

31 de outubro de 2012

Dicas para escoha do repertório

Por Larry Levy



     Escolha algumas músicas que proclamem os grandes temas da fé cristã: Glória, amor e santidade de Deus; a cruz de Cristo; a graça de Deus; o reino de Deus entre nós. A intimidade na adoração cresce à medida que verdadeiramente entendemos os atributos do Deus a quem estamos expressando o nosso amor.

     Em primeiro lugar, selecione músicas conhecidas. Se, por exemplo, você for cantar seis músicas, precisa ter três músicas que sejam muito bem conhecidas, duas que sejam familiares e uma música que seja nova. Nunca houve tantas músicas de louvor como agora! Existem as composições dos músicos em nossas igrejas. Eu creio que existe uma rica reserva de hinos que podem ser adaptados ao nosso estilo, e que poderiam fazer uma conexão com as igrejas históricas. Lembre-se: Ao cantar uma música nova, faça isso por algumas semanas até que as pessoas se familiarizem com ela.

    Escolha algumas músicas com letras e nas melodias simples. Tudo está se envolvendo constantemente, sempre partindo do simples para o complexo, e então voltando ao simples. Essa é uma verdade em todas as músicas, e se torna verdadeiro quando a música de adoração é composta. As pessoas realmente precisam de músicas simples, músicas que elas não tenham que ficar se esticando para ler a próxima linha da transparência, e que possam deixar o lado esquerdo do cérebro descansar um pouco.

     Selecione músicas que tenham o mesmo “fluir”. Muitos temas diferentes tornam a coisa confusa. Mudanças em tonalidades descendentes podem auxiliá-lo (ex: C para D para G). Tente passar de uma música para a outra sem interrupções. Não se preocupe se acontecer um período de silêncio e reflexão antes de iniciar a próxima música.

     Escolha músicas que proporcionem momentos de adoração espontânea ao final. Isso pode se tornar algo inapropriado se fizermos em todas as músicas, mas no tempo certo reforça o que estamos fazendo. O objetivo não é atravessar as músicas, mas conduzir as pessoas em adoração para que a Noiva (a Igreja) e o Noivo (Jesus) possam se “beijar e abraçar” mutuamente. Como você deve ter percebido, nós não falamos nada sobre andamento, ritmo, tamanho ou talento da equipe de louvor, entre muitos outros aspectos.

     A minha esperança é que todas essas sugestões o ajudem a realizar aquilo que considero o maior evento do mundo: A adoração íntima e apaixonada ao Pai.

30 de outubro de 2012

Guia prático: Escolha e condução do repertório

     Inspirado no Antigo Testamento, podemos progredir nos caminhos da adoração da seguinte maneira:

PROGRESSÃO DO CAMINHO
(processo de adoração que os judeus tinham no Templo)
TIPO DE MÚSICA
(estilos musicais mais adequados ao momento)


Acampado fora do Templo
Músicas que geram alegria
Entrando pelas portas com Gratidão
Músicas de ações de graças
Entrando em Seus átrios com louvor
Músicas ainda alegres cheias de louvor
Entrando no Santo Lugar
Músicas de adoração
Entrando no Santo dos Santos
Músicas de intimidade



     Outro processo de adoração interessante (creio que seje o mais usado nos dias de hoje), é o modelo relacional, onde a mesma é dividida em estágios:


ESTÁGIO
(processo de adoração dividido em momentos)
TIPO DE MÚSICA
(estilos musicais mais adequados ao momento)


Chamado para Adoração
Músicas que nos lembram o porquê de estarmos juntos
Envolvimento
Músicas que aproximam a congregação de Deus
Expressão
Músicas que glorificam a Deus, magnificando-o
Adoração
Músicas que refletem o amor para com Deus
Intimidade
Músicas que falam de momentos a sós com Deus

29 de outubro de 2012

Liderando louvor

Por Eddie Espinosa



     Liderar a adoração não é simplesmente liderar o cântico das músicas, os refrões, ou um culto musical. No entanto, seria mais propício definir alguém com esta capacidade como um líder ou “diretor musical”. Seguindo este modelo o diretor musical seria um intermediário entre os músicos e as outras pessoas.

     Normalmente a função dele seria preencher os interlúdios entre os segmentos do culto com música, para entreter e preparar a congregação para o sermão. Aqueles músicos que viajam com evangelistas ou palestrantes de seminários, normalmente servem como a apresentação de abertura. Muitas vezes eles fazem recomendações ao seu público como: “Vamos nos levantar. Vamos erguer nossas mãos ao Senhor”. O seu trabalho é preparar o povo para ouvir o pregador.

     A escolha das canções pode ser um pouco arbitrária. O seu propósito é cantar algumas canções cristãs, hinos ou corinhos. Eu não quero dizer que isto tudo é ruim. Há um lugar para isto, mas isto não é a mesma coisa que liderar a adoração. Liderar a adoração vai muito além de fazer o povo cantar.

   Liderar a adoração não é ficar obrigando as pessoas a cantarem, mesmo que estas canções sejam cheias de conteúdo de adoração. Este modelo dá ao líder a função de ser responsável por dizer à congregação quando e como adorar e louvar durante a música. Freqüentemente isto é acompanhado de mini-sermões, testemunhos, ou o uso da música “certa”.

     Informalmente, nós temos percebido que muitas vezes a exortação que o povo precisa é, simplesmente, testemunhar o ato de adoração oferecido por parte do líder de adoração. Basicamente, ele se torna alguém que exorta através de seu próprio exemplo – Uma pregação antes do pregador. Liderar a adoração não é adorar a Deus para as pessoas assistirem, ou como comer diante de uma pessoa faminta.

     Imagine esta cena comigo: Eu te convido para um banquete em minha casa. Eu digo, “vamos jantar por volta das 19h; vamos nos divertir muito”. Quando você chega, você encontra todos sentados ao redor da mesa, mas o único prato com comida é o meu. Então eu começo a comer. E digo que está muito bom. Você pode observar pelas minhas expressões que estou saboreando cada garfada. “Puxa vida, estas batatas estão ótimas! E o peru então, está maravilhoso!”. Só de olhar para mim você percebe que estou aproveitando cada minuto daquilo.

     Às vezes, líderes de louvor agem desta forma. Normalmente isto é algo inconsciente porque eles não entendem seu propósito verdadeiro; pensam: “Eu vou adorar a Deus porque foi para isto que eu vim aqui”. Agindo assim, eles se esquecem de serem sensíveis ao que está acontecendo no corpo. Como líder de louvor, você também é um servo. Seu trabalho é levar pessoas à adoração. Liderar a adoração não é tocar enquanto outros adoram. Vamos voltar ao jantar em minha casa. Desta vez a mesa está servida com muita comida para todos, menos para mim. Alguém me pergunta, “Eddie, você não vai comer?” E eu respondo, “Não, pode deixar que eu como mais tarde”. Neste caso eu perdi a benção da alimentação por crer de forma errada, que é suficiente prover comida para os outros.

     Eu quero enfatizar que, como líder de louvor, você deve ter seu próprio tempo com Deus, além dos momentos que você está liderando a adoração. Da mesma forma que pastores devem gastar tempo estudando a Palavra e orando quando não estão no púlpito. Os líderes de louvor também devem dedicar tempo para estarem exclusivamente com Deus. O que é liderar a adoração? Liderar a adoração é ao mesmo tempo ser capaz de adorar a Deus e atrair outros para que eles também adorem. Liderar a adoração é nos sentarmos todos juntos naquela mesa de banquete e comermos ao mesmo tempo. Ninguém vai se sentir deixado de lado. Eu te encorajo a comer e você também faz o mesmo por mim. Existe uma sensação de comunhão.

     É como o servir de um diácono no dia de culto. O diácono não se assenta no primeiro banco e fica gritando para as pessoas que estão no fundo para entrarem e tomarem seus lugares. Nem leva os convidados à força para os seus assentos. Somente alguém muito inconveniente agiria assim. O diácono vai até a pessoa e individualmente, a acompanha até o seu lugar. Da mesma forma, o trabalho do líder de louvor é entender onde o povo está, ir até ele, e acompanhá-lo até a presença de Deus. Nesta posição, o líder posiciona-se entre Deus e seu povo. A base de sua liderança é entender para que direção o Espírito Santo está levando as pessoas naquele momento específico.

     O líder de adoração deve estar sensível à congregação, mas não deve exortá-los diretamente. Se ele tiver de parar a cada três ou quatro músicas para encorajar o povo, ele já deixou de ser aquele gentil diácono. Simplesmente lembre-os que eles estão ali para adorar, e então leve-os a esta experiência. Se as músicas foram bem escolhidas, elas (isto é, as músicas) vão convidar o povo para a adoração. A expectativa do líder deve ser de que a adoração não seja meramente ocupar o tempo, ou alegrar as pessoas, mas um encontro amoroso e responsivo com Deus sem interrupções. A posição de líder deve ser ocupada por alguém que adora. Antes de liderar qualquer coisa a pessoa deve dominar a si própria. Para ser mais frutífero, os líderes devem primeiro tornar-se adoradores. O Salmista escreveu: “Engrandecei ao Senhor comigo; e juntos exaltemos o seu nome” (Salmos 34:3). Esta passagem enfatiza o todo, a expressão conjunta de louvor, ação de graças e adoração a Deus.

     Por isto é importante que o líder também saiba adorar enquanto lidera. O líder de louvor deve ser alguém que adora continuamente. Toda segunda-feira, eu liderava louvor em um grupo de estudo bíblico. Na terça, eu liderava o louvor em um grupo caseiro. Na quarta, para outro grupo de estudos. Na quinta, eu substituía outros líderes em grupos caseiros. Na sexta, eu me reunia com amigos que normalmente pediam para levar o violão e termos um tempo de louvor. Depois de manter este ritmo por um tempo, eu comecei a perguntar a Deus porque meu coração estava ferido; porque me sentia seco? Quando Ele me respondeu que eu não estava adorando eu não entendi. Eu estava liderando louvor de segunda à sexta. Ele me disse que o problema era que eu estava liderando, mas não estava gastando tempo íntimo com Ele. Ele estava feliz com o que eu estava fazendo, porém eu precisava voltar para a fonte para matar minha sede. Então comecei a vasculhar a Bíblia, e entendi que ela me encoraja a adorar a Deus continuamente. Hebreus 13:15 diz: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome”. Eu entendi que posso adorar enquanto estou no chuveiro, dirigindo meu carro, lavando louça, brincando com meus filhos, e aí por diante.

     Todos nós podemos adorar a Deus enquanto fazemos outras coisas. Como o Salmista escreveu, “Bendirei o SENHOR em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios” (Salmos 34:1). Um líder de adoração deve ser alguém que adora no decorrer do dia porque ele é um líder e também um adorador. Vivendo desta forma, eu tenho alimentado minha capacidade de responder a Deus. Então, quando estou liderando louvor em um grupo e o Senhor me diz para me ajoelhar, eu obedeço.

     Antes, eu freqüentava uma igreja onde a filosofia sobre o louvor era bem diferente. A idéia geral era que Deus habita no meio dos louvores do seu povo – o que é verdade – todos deveriam louvar e adorar porque a presença de Deus viria. Havia uma grande pressão para que todos “adorassem” a Deus. O pastor andava pelos corredores e ele mesmo levantava as mãos das pessoas. Era um esforço sincero. Práticas como esta são muito comuns em muitas igrejas. Coagir as pessoas desta forma raramente vai levá-las a oferecer reais “sacrifícios de louvor” que a Bíblia recomenda. O líder de adoração deve ser alguém que lidera. O Espírito Santo é nosso conselheiro e guia, Ele dirige a adoração através do líder. Deus usa pessoas comuns como você e eu.

     Ele (o Espírito Santo) dirige a adoração através do líder de adoração, que por sua vez lidera o povo até a presença de Deus. Quando Moisés guiou os filhos de Israel, para onde eles foram? Eles eram um povo andando sem rumo no deserto? Não, Deus estava dirigindo-os. Deus os guiava através da nuvem durante o dia, e através da coluna de fogo à noite, mesmo quando aparentemente eles estavam tomando um caminho inesperado. Da mesma forma, o líder de louvor é chamado para liderar o povo na direção que Deus deseja levá-los.

     Tudo isto requer certo planejamento, mas o mesmo deve estar sob a direção do Espírito Santo. Planejar não significa decidir qual seria a melhor música para se começar, qual canção vai fazer as pessoas levantarem, qual vai fazê-los sentirem-se melhor, e assim por diante. Deve-se considerar estes aspectos físicos, mas esta não deve ser sua primeira preocupação. Planejar significa orar, e não somente cinco minutos antes de começar. Uma vez que você se comprometeu a liderar a adoração, você se consagrou a Deus. Isto pode significar que algumas coisas em sua vida talvez terão que mudar.

     Na Bíblia, lemos sobre o chamado de um Levita. A tribo de Levi era a tribo separada para Deus. Sua herança era o Senhor, não a terra. Seu trabalho era servir a Deus no templo e servir ao seu povo. Isto é muito parecido com o chamado de um líder de louvor hoje em dia – um chamado para estar em comunhão com Deus e servir a seu povo. Todos nós precisamos estar mais atentos à nossa consagração. Você deve ser liderado pelo Espírito Santo. Liderança significa servir. Nós não somos os líderes espirituais da igreja ou mesmo de pequenos grupos; este é o trabalho do pastor.

    Através dos anos tenho conhecido vários líderes de louvor com as mesmas reclamações: “Sabe Eddie, o pastor da minha igreja não entende o que é adoração... ele quer que eu toque só três músicas... eu não sei o que fazer... estou frustrado! Domingo passado, eu fiz meia-hora de louvor. Ele veio conversar comigo três vezes dizendo que não quer tanto tempo de louvor. Eu só estava fazendo o que pensei que Deus estava me mandando fazer.” Este tipo de situação não é correta. O líder de louvor deve seguir as orientações de seu pastor. Submeter-se a sua autoridade, e demonstrar respeito. Mesmo que você esteja cem por cento correto, sua atitude está mostrando sementes de rebelião. Ore por ele, converse com ele, e seja seu amigo. Compartilhe com ele as coisas que você tem aprendido. Ele pode até sentir-se ameaçado, mas se você demonstrar respeito, ele pode começar a confiar em suas decisões.

     Você deve liderar tendo em mente as necessidades espirituais do povo. Às vezes ouço comentários dizendo que precisamos mais de um ou outro tipo de música, ou que não cantamos uma certa canção há muito tempo. Eu ouço a todos estes pedidos, mas eu faço minha decisão final baseado no princípio, se aquela é a necessidade geral do povo naquele momento e local. O líder de adoração deve conhecer a presente situação espiritual do seu público. Eu oro regularmente pelo louvor em minha igreja. É parte do que se espera do meu trabalho.

     Em uma situação de um grupo pequeno, é também muito importante ouvir o que as pessoas estão compartilhando durante a reunião. Sobre o que eles estão falando? O que Deus está fazendo entre eles? Houve profecias no grupo? Qual foi o conteúdo dos ensinos recentes? Alguma destas preocupações tem alguma coisa a ver com adoração? O Senhor usa formas diferentes para nos mostrar onde as pessoas estão, e onde Ele deseja levá-las. Por isto, é vital que você converse com as pessoas, para se identificar com elas. Você não pode saber onde elas estão espiritualmente se ignorá-las. Se você chega cinco minutos antes da reunião do grupo caseiro começar, e for embora logo que ela termina, como você pode entender o estado espiritual destas pessoas? Como eles podem te conhecer e confiar em você como líder e amigo?

     Líderes de adoração precisam saber quando Deus está presente. Alguma vez você chegou atrasado em um culto ou reunião, onde as pessoas já haviam começado a adoração? Como é? Há uma sensação da presença de Deus. Se Deus habita no meio dos louvores de seu povo, então quando você o adora, Ele está entronizado em nossos louvores. No Antigo Testamento há várias figuras da maravilhosa presença de Deus. Em Isaías 6 vemos o profeta tremendo diante da Sua presença. A nuvem havia enchido o local de tal forma que ele sentiu-se dominado por sua falta de dignidade. Mas Deus o tocou. É assim muitas vezes durante a adoração. Isto não acontece somente em grandes reuniões, mas também em pequenos grupos de oito ou dez pessoas adorando. Não use o tempo de louvor congregacional para cuidar de suas próprias necessidades. Se você precisa de arrependimento, arrependa-se antes de começar. Se você precisa de encorajamento, busque isto antes de chegar.

     Normalmente isto significa buscar estas coisas no próprio Deus. Cura, libertação e salvação são coisas que aconteciam quando Jesus entrava em uma cidade ou casa. Ele chegou e anunciou a chegada do Reino. Maria Madalena arrependeu-se aos seus pés. Quando ele chegava em uma cidade, os leprosos eram purificados, e os demônios fugiam. Por quê? Porque a presença física de Jesus naqueles dias, e sua presença espiritual em nossa adoração fazem estas coisas possíveis. Nós deveríamos ter a expectativa destes mesmos milagres acontecendo conosco.

     Líderes de louvor são servos. Primeiro, sirva a Deus com todo o seu coração, alma e forças. Você precisa estar comprometido com o cumprimento da vontade de Deus, e obedecê-lo em todas as áreas de sua vida. Ser um servo no Reino de Deus não envolve só dificuldades, mas há sim um certo aspecto de humildade e até humilhação que deve ser visível em nós. A alegria verdadeira está no servir. O apóstolo Paulo nos exorta, “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:3-5). Egoísmo, ambição e preocupações fúteis são coisas que não podem fazer parte da vida de um líder. Uma coisa que acontece quando você se torna um líder de louvor é que isto começa a impactar todas as áreas de sua vida. Sermões e textos bíblicos que não eram aplicáveis, agora devem ser.

     Um líder de louvor deve ser comprometido a atrair outros para a adoração, alguém que serve o povo sendo sensível às suas necessidades. Você serve a Deus e também serve a Seu povo quando coloca seus próprios gostos musicais de lado, para que o povo possa estar mais próximo do Senhor. Se alguma vez você já se pegou falando, “Eu estou fazendo aquilo que Deus me chamou para fazer; não interessa o que as pessoas querem”, sua visão está errada. Você é um servo de Deus, mas também é um servo do povo de Deus. Lembre-se, o povo pertence a Deus e você também pertence a Ele. O chamado do Levita era para o templo, para Deus, e para o povo de Deus.





Preparação Espiritual

     Mantenha seu coração correto diante de Deus. Salmos 27:8 é um de meus versículos favoritos: “Ao meu coração me ocorre: Buscai a minha presença; buscarei, pois, Senhor, a tua presença.” Eu creio que este verso sumariza tudo o que adoração é para mim. É o convite de Deus ao seu povo para “buscar minha presença”. O outro lado responde: “Sim Senhor, eu responderei teu convite para me tornar mais próximo e íntimo, para compartilhar contigo aquilo que sinto a teu respeito”. Salmos 51:10,17 diz, “cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável... sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”. Deus deseja um coração quebrantado e contrito. Isto é o que Ele nos pede. Isto significa que você vai sempre agir como se estivesse com o coração quebrado? Não, porque Deus restaura, renova e revigora. Não confunda o significado de coração quebrantado e contrito com a necessidade de estar sério o tempo todo.

     Não há espaço para pecados ocultos na vida de um líder de louvor. Você deve confessar-se diante de Deus regularmente. Números 32:23 diz que mais cedo ou mais tarde seu pecado vai te encontrar. O pecado sempre vem à tona, e afeta seu ministério. Alguns sentem que se estão em pecado, Deus ainda assim vai usá-los. É fato que Deus pode te usar por causa do povo. Se Ele usou uma mula (veja Números 22, a estória de Balaão), Ele vai usar qualquer um por causa do seu povo. Isto justifica estar em pecado? Não, Deus te usa por causa do povo, mas isto não significa que você está sem pecado diante dele. Seja sensível a liderança de Deus, e mais importante, obedeça. É fácil ouvir a voz de Deus, mas é difícil obedecer. Obedecer significa que você está disposto a assumir as responsabilidades por suas ações. “Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz... as minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (João 10:3-4, 27). Esta última frase contém o que é importante para o líder de louvor. Quando ler este versículo, substitua “ovelha” por “líder de louvor”. “Meu líder de louvor ouve minha voz; eu o conheço, e ele me segue”. Como líder de louvor, você deve ouvir a voz de Deus, conhecê-lo, e permitir que ele o conheça. Gaste mais tempo com ele, e obedeça-o em todo tempo.

     Deposite suas motivações e seu ego nas mãos de Deus. “Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mateus 23:12). Novamente “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai... Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração” (Colossenses 3:17,23). Você pode se envolver em muitos problemas servindo a si mesmo, mas não tem jeito de errar servindo a Deus e seu povo. Jesus Cristo é o centro de nossa atenção. Fique atento ao que Deus está fazendo no grupo que você está liderando. Isto acontece através da oração, e então abrindo os olhos durante o louvor para ver o que esta acontecendo.

     Somos ensinados a manter nossos olhos abertos quando oramos por alguém, para vermos o que está acontecendo, e procurarmos sinais de alguma atividade do Espírito. Prepare os corações do povo. Quando cheguei à Vineyard, eu só tocava músicas sobre intimidade. Eu havia saído de uma igreja que só enfatizava a alegria e celebração do louvor, e estava procurando por um estilo alternativo. O que faltava em minha vida de adoração era intimidade. Então, quando comecei a liderar o louvor, esta foi a direção que escolhi. Eu não gostava de saber que havia pessoas na congregação que estavam famintas por uma adoração com mais celebração, como um prelúdio para a intimidade. Minha própria necessidade prejudicou minha capacidade de ver as necessidades gerais. A celebração tem um propósito parecido com o aquecimento e alongamento, antes de uma corrida. Prepare os corações das pessoas que você está liderando até a presença de Deus. Nós já falamos sobre a necessidade de sua própria preparação para a adoração.

     Também existe a necessidade de preparação para o povo que você está liderando. Prepare seus corações. Se o Senhor estiver mostrando a necessidade de arrependimento, use canções de arrependimento. Se o Senhor estiver mostrando que é necessário celebração, inicie com músicas de celebração.

     Aqui estão alguns temas que podem ser úteis:
  • A majestade de Deus;
  • Intimidade com Deus;
  • O nome de Deus;
  • Perdão;
  • Unidade e sentimento de família.


     Uma coisa importante de se ter em mente quando estiver escolhendo as músicas, é que precisamos de equilíbrio na seleção.

   Não decida de acordo com suas próprias experiências. Às vezes lideramos sem realmente nos preocuparmos com o resto do corpo. Devemos considerar o nível espiritual do povo, bem como as circunstâncias que eles estão vivendo. Então é possível alternar boa música com poderosa intercessão. Lidere através de seu próprio exemplo. Nós nunca devemos manipular o povo, para que eles façam algo que não querem. Por exemplo, quando eles levantam suas mãos somente porque alguém disse para fazerem isto, isto é somente uma expressão exterior, não do coração.

     O entendimento que temos é que a postura corporal, os movimentos, e expressões, são, de forma geral, sinais exteriores do que está acontecendo no interior. Quando você se prostra, você esta mostrando reverência a Deus. Quando você levanta suas mãos, você está se submetendo a Deus. Quando você se ajoelha, você esta dando respeito, reconhecimento, e honra a Deus. Quando você aplaude, expressa alegria. É assim que eu encorajo as expressões exteriores da adoração do coração. Eu começo a cantar músicas que falam sobre levantar as mãos; é difícil cantar algo assim sem levantar as mãos. Mas as pessoas ainda têm sua liberdade de escolha: Se eles quiserem levantar suas mãos, eles podem. Se não, tudo bem. O importante é sabermos que Deus não se imporá se alguém levanta ou não suas mãos. Deus vê o coração. A chave é a escolha.

     Quando Deus pediu que Abraão sacrificasse Isaque, ele tinha o direito de escolher. E escolheu obedecer livremente. A adoração deve ser uma resposta voluntária. Deixe que a inspiração de Deus transforme-a em um sacrifício de louvor da pessoa que está oferecendo, e não seu. A questão não é você colocar um grande grupo, todos com suas faces no chão, para poder dizer, “Olha o que eu fiz!”. Ao invés disso, é a resposta pessoal de cada um mediante ao dom gratuito de Deus.



Eddie Espinosa é compositor de algumas das canções mais populares da Vineyard como “Change My Heart, Oh God”. Também participou da gravação de vários CDs da série “Father’s Heart”.

28 de outubro de 2012

A guitarra no período de louvor

Por Raphael Costa


     A guitarra definitivamente conquistou seu espaço. Hoje a guitarra está presente em quase todos os estilos musicais, do jazz ao rock e do reggae ao funk. Apesar disso, a guitarra ainda é considerada um instrumento relativamente novo. A cada dia novas maneiras de se tocar são inventadas, fazendo da guitarra um instrumento cada vez mais versátil.

   Para ser um bom guitarrista nos dias de hoje não basta apenas fazer solos “mirabolantes”. Um bom guitarrista é aquele que se preocupa com a sua sonoridade (timbre), que tem um bom conhecimento de harmonia e que sabe exatamente qual é a sua função dentro de uma banda.



GUITARRA x VIOLÃO

     Muita gente me pergunta se existe diferença entre guitarra e violão. Existe, e muita! Apesar de teoricamente o violão e a guitarra serem "iguais" (possuem seis cordas, mesma afinação, mesmos acordes), na prática eles tem funções completamente diferentes. O violão é usado (principalmente no contexto de louvor) como instrumento de base, enquanto a guitarra é um instrumento de detalhes, a "cobertura do bolo". É claro que existem momentos em que a guitarra faz a base, mas no geral, principalmente se você tiver um piano ou um violão (ou os dois!), sua função será de preencher os espaços deixados pelos outros instrumentos. Uma boa dica seria ouvir o que os outros músicos estão tocando antes de decidir o que você vai tocar.



BASE x SOLO

     Na verdade, essa história de ter uma guitarrista somente para base e outro apenas para solo praticamente não existe mais. O guitarrista moderno tem que estar preparado para fazer bem as duas funções. Dificilmente alguém vai chamar um guitarrista apenas tocar apenas solo. Lembre-se: A palavra chave para o guitarrista de hoje é versatilidade. Um bom solo é mais do que saber qual escala usar; é preciso entrar no clima da música, captar a idéia e fazer o que a música está querendo comunicar. Por exemplo: Se você fizer um solo na música "Me Derramar", é melhor ir por um caminho mais melodioso em vez de querer mostrar todas as suas habilidades técnicas em oito compassos, entendeu?



SEGREDOS DO BOM GUITARRISTA

     Existem pessoas que tem maior facilidade em aprender um instrumento do que outras, porém uma coisa que todo bom músico tem em comum são muitas horas de estudo. Não existe fórmula mágica para aprender um instrumento, portanto minha dica é que todo estudo seja acompanhado por um bom professor que vai saber direcionar corretamente as técnicas que você deverá aprender no momento certo. Outra coisa importante é ter humildade para saber que sempre temos muito que aprender com os outros. Humildade é essencial para se desenvolver como músico.



DICAS PRÁTICAS

  • Ouça muita música: Compre um bom fone de ouvido, vá para seu quarto, apague a luz e ouça com muita atenção;

  • Ouça de tudo: Não tenha preconceito com algum estilo musical; amplie seus horizontes. Em todos os estilos musicais você vai encontrar música boa e música ruim;

  • Invista no seu equipamento: É muito melhor você ter apenas uma boa guitarra, um bom amplificador e um bom pedal delay do que ter um monte de equipamento ruim que só vai "te dar dor de cabeça".

  • Estude, estude, estude: Procure um bom professor, bons músicos, freqüente cursos, clínicas e workshops sempre que possível; mantenha-se atualizado;

  • Divirta-se: Nada disso faz sentido se tocar guitarra não for algo prazeroso. Mantenha seu coração perto do Pai e o adore com sua guitarra e com sua vida.



Raphael Costa é músico, arranjador e produtor. Ele assina a produção do álbum "Mais que Paixão" do ministério Vineyard Music Brasil ao lado de Amauri Muniz, entre outros projetos já realizados.

27 de outubro de 2012

Adoração: Um tesouro a ser explorado

por Roger Williams


     Antes de analisarmos temas específicos a respeito da adoração, desejo primeiramente afirmar que é a presença de Deus que devemos buscar. Essa deve ser a nossa prioridade máxima. A. W. Tozer disse: “Fomos chamados para estarmos eternamente ‘pré-ocupados’ com Deus”. Conhecer o Senhor é a atividade de maior valor que podemos desenvolver e a experiência de sua presença está intrinsecamente relacionada com o nosso conhecimento de sua pessoa. Podemos ler uma biografia a respeito de alguém e nos tornarmos bastante familiarizados com esse indivíduo. É possível também lermos sua autobiografia e conhecê-lo ainda mais. Entretanto, nada se compara a estar na presença dele para podermos apreendê-lo em um nível muito mais profundo. Nós, cristãos, somos conclamados a alcançar intimidade com Deus. No entanto, não a conseguiremos longe da presença do Senhor.



A IMPORTÂNCIA DA ADORAÇÃO

    Por que devemos adorar? Qual é a importância de adorar ao Senhor? Em primeiro lugar, essa prática consiste em ser obediente a Deus. Ao longo de toda a Bíblia, vemos que o Criador determina que suas criaturas o adorem. Os Salmos 29, 30 e 32 nos mandam adorá-lo. Em Efésios 5:18-20, a Palavra de Deus nos diz para cantar e compor música ao Senhor em nosso coração. Esses versículos estão incluídos no contexto dos versos 10 e 17, que nos conclamam a discernir o que agrada ao Senhor e compreender qual é a vontade dele. Portanto, a vontade de Deus, o que realmente o satisfaz, é que seus filhos o adorem continuamente.



CHAMADOS PARA ADORAR

     Em João 4, Jesus disse que o Pai busca adoradores. Isso implica que Deus não procura a adoração em si, mas sim pessoas envolvidas pessoalmente nessa prática. Deus nos salvou e nos separou dentre os povos para adorá-lo e louvá-lo. Com insistência, ele busca verdadeiros adoradores. Ele procura pessoas que, como Davi, pedem simplesmente “uma coisa”: Poder estar em sua presença e contemplar sua beleza. O Senhor busca gente que, como Maria, faça “uma coisa” necessária: Assentar-se aos pés de Jesus. É muito mais fácil trabalhar para Deus. A igreja está repleta de Martas, pessoas atarefadas, envolvidas com tudo o que precisa ser realizado. Na verdade, os seres humanos tendem a estabelecer sua identidade a partir do que fazem. Pensam que isso define quem são. Entretanto, Deus está buscando indivíduos dispostos a encontrar sua identidade apenas nele.



A adoração deve ser um estilo de vida

     Considero muito importante compreendermos que a adoração é um estilo de vida. Anos atrás uma frase me veio à mente: “Adoração diz respeito a relacionamento, e não a um momento”. À medida que pensava nisso, dei-me conta de que, embora minha comunhão com Deus estivesse se aprofundando, a adoração que oferecia estava limitada a períodos específicos de tempo. Ela havia se tornado dependente das reuniões na igreja, em vez de consistir num estilo de vida. Estava limitada ao tempo e ao espaço, em vez de fluir livremente de meu relacionamento com o Pai.

     A partir daí, a adoração passou a ter um novo significado para mim. Não eram mais apenas canções, ou mesmo uma melodia espiritual em meu coração, ou ainda as muitas músicas que entoava ao longo do dia. Com certeza era tudo isso e muito mais. A adoração consiste em rendição absoluta a Jesus. Adorar é permanecer na presença de Deus continuamente, em vez de eleger momentos isolados em que nos aproximamos dele.



VERDADEIROS ADORADORES

     Existem inúmeros modos e estilos de adoração. Algumas pessoas gostam muito de cantar hinos antigos; outras pessoas preferem cânticos mais simples. Algumas preferem as canções de guerra, com um ritmo acelerado; já outras apreciam as mais lentas e mais profundas. Porém a questão nunca é como os cristãos se expressam. O que importa é se cada indivíduo é capaz de entrar na presença do Deus vivo e relacionar-se continuamente com ele como filho.

     É uma pena que alguns cristãos hoje em dia se contentem com o que poderíamos chamar de “adoração no pátio externo”. Através da morte e da ressurreição de Jesus, todos podemos ter acesso ao interior do santuário e somos chamados para ser sacerdotes. Todavia, muitos cristãos estão satisfeitos em ver os outros se achegando cada vez mais a Deus, enquanto eles se contentam em adorar à distância.



Uma vida de louvor e adoração

     Temos a capacidade de conquistar nossa vizinhança para Jesus tornando-nos um povo de adoração, permitindo que Deus lute por nós. Basta tomarmos posição e permanecermos quietos em sua presença. Sempre que o inimigo for derrotado por nosso louvor, este se torna uma ferramenta evangelística. O Senhor a usa para trazer mais pessoas ao seu reino. Não temos de esperar pelas experiências mais sublimes para desfrutar as conquistas. Podemos ser um povo do vale! Temos a capacidade de obter vitória em qualquer lugar! E nosso triunfo sobre o inimigo resultará na libertação dos cativos.



Adoração e o Reino de Deus

     Uma das maiores verdades das Escrituras é a de que somos genuinamente filhos de Deus. Isso significa que o Pai deu início ao “empreendimento”. E este se chama Reino de Deus. Em seguida, ele o confiou a seu Filho, que demonstrou aos seus seguidores a essência e o propósito desse negócio. Então Jesus deixou esta Terra e, de certa maneira, disse: “Agora vocês levarão adiante a empresa da família. Enviarei o Espírito Santo para guiá-los e dirigí-los. Ele lhes concederá poder. Porém, vocês é que devem comandar os negócios e realizar obras semelhantes às minhas. Contudo, não devem fazer isso sozinhos. Se precisarem de qualquer coisa que promova o crescimento desse negócio — o Reino de Deus — peçam-me e lhes darei com satisfação”.



Restaurando a essência da adoração

     O desejo de Deus é nos levar de volta à sua presença, reconstruir o altar do sacrifício em nosso íntimo. Entretanto, como se dá o processo de restauração? A restauração implica em duas verdades: Primeiro, a de que precisamos dela. Em segundo lugar, podemos perceber que somos dignos de receber restauração. Carecemos de ser continuamente restaurados a um relacionamento íntimo de adoração com o Pai celeste. Além disso, Deus considera que somos dignos de ser restaurados. Ele nos valoriza tremendamente. O Senhor acha que vale a pena todo o tempo e o esforço gasto para realizar esse processo da maneira correta, independentemente do quanto seja difícil ou custoso.

     Deus deseja que alcancemos a essência da adoração e que sejamos ativos em oração. Essas duas atividades dependem uma da outra. O inimigo lançará seus ataques, tanto a indivíduos quanto a grupos cristãos, nessas duas áreas. No entanto, se nos esforçarmos para ter a intimidade que Jesus conquistou para nós, estando envoltos na presença do Pai, obteremos a vitória. Assim, nos tornaremos os verdadeiros adoradores que Deus procura.



Este texto é composto por fragmento do livro "Adoração, um tesouro a ser explorado", editado e lançado no Brasil pela Editora Betânia.